Arnold Schwarzenegger pede desculpa por ter apalpado mulheres em docuseries da Netflix
Arnold Schwarzenegger voltou-se para a Netflix. Primeiro, lançou FUBAR, uma série de comédia de acção em que o antigo Exterminador do Futuro interpreta um agente da CIA reformado que embarca numa última aventura com a sua filha. E agora chega Arnold, uma série documental de três episódios dirigida por Lesley Chilcott que narra o percurso da lenda de 75 anos, de culturista austríaco a estrela de Hollywood e governador da Califórnia. E, sem surpresa, a série documental aborda o difícil tema das mulheres no passado do actor.
Entrar na política, uma decisão altamente controversa
Schwarzenegger entrou para a política, candidatando-se como republicano a governador da Califórnia numa eleição para a revogação do mandato. Cinco dias antes das eleições, o Los Angeles Times publicou uma investigação em que seis mulheres acusavam Schwarzenegger de abuso e insultos. Como explica Carla Hall, uma das repórteres da história, no documentário: «Quando Schwarzenegger anunciou a sua candidatura a governador, a equipa do LA Times decidiu começar a investigar histórias que tínhamos ouvido durante anos, mas que ninguém tinha investigado a fundo. Tínhamos apenas seis semanas para trabalhar neste projecto e começámos a falar com mulheres».
Muitas acusações
A reacção foi rápida: contra o Los Angeles Times. As pessoas acusaram-no de ter «guardado» a história até pouco antes das eleições, embora Hall argumente que isso é absurdo e que a história simplesmente demorou esse tempo a ser relatada. Além disso, Schwarzenegger negou a história e atacou os meios de comunicação social por o terem «destruído», começando por admitir vagamente que se tinha «comportado mal por vezes» e depois retractando-se e dizendo que as notícias eram «fabricadas» e que «nunca tinha tocado em ninguém».
Assédio ao longo de três décadas
Um total de 15 mulheres acabaram por acusar Schwarzenegger de as ter assediado durante três décadas. Em Arnold, Schwarzenegger apresenta finalmente um pedido de desculpas meio decente pelas suas acções. «A minha reacção no início foi um pouco… defensiva», diz Schwarzenegger. «Hoje posso olhar para ele e dizer: não importa a época. Se são os dias de Muscle Beach de há quarenta anos atrás, ou hoje, isto foi errado. Foi uma merda. Esqueçam as desculpas, foi errado». No entanto, a história não teve qualquer efeito nas sondagens e Schwarzenegner ganhou as eleições. «Pessoalmente, fiquei surpreendido por não ter tido um efeito maior nas eleições. Pensei que mais pessoas ficariam ofendidas», diz Hall.
Um filho com a sua criada
A série documental não oferece uma avaliação franca do desastroso mandato de Schwarzenegger como governador da Califórnia, mas para além de o fazer falar sobre alegações de assédio, os realizadores também lhe perguntam sobre ter um filho, Joseph, com a sua empregada guatemalteca, Mildred Patricia Baena. A notícia do filho secreto de Schwarzenegger em 2011, que se parece muito com ele, fez com que a sua mulher Maria Shriver o deixasse (Joseph aparece na docuseries a treinar ao lado de Schwarzenegger).